abril 26, 2009

Professores

Os movimentos independentes de professores que emanaram da sociedade civil estão mais radicais do que a Fenprof. Exigem e equacionam greve à avaliação do 3ºperíodo ( tendo em conta os limites legais a considerar ). Os sindicatos têm algum pudor em falar neste assunto. Pelo que este Governo tem feito aos professores , haja memória e não se ceda ao facilitismo imediato. Não confundir o curto prazo para atenuar a crispação porque há eleições . Deve prevalecer um acordo de longo prazo com equidade na classe , sem discriminação e respeito pelos professores ,que são só , a maior classe profissional da função pública. Protestar , é agora , por que depois das eleições o poder negocial esfuma-se . O Governo nunca pensou que os professores tivessem esta capacidade de resistência e estar em luta toda esta legislatura. Pensou que os vencia por cansaço e na sua divisão , e por esta altura em plena campanha pré-eleitoral tudo estaria pacificado mas enganou-se redondamente .
Os professores conseguiram com galhardia , tentando ganhar a opinião pública para esta causa , que é de todos , explicando o que verdadeiramente se passa no Ensino.
Assim o 3ºperíodo vai ser duro para o Governo . Um erro de cálculo que lhe pode custar a maioria que já não passa de uma miragem.
Do Clube dos Pensadores (Joaquim Jorge)

abril 17, 2009

Ameaça de neblina paira na Educação.


Pairam no ar nuvens cinzentas prontas a transformarem-se em negras neste 3º período de aulas, final de ano lectivo, se as ameaças se concretizarem.
Os sindicatos dos professores ameaçam realizar novas manifestações para o terceiro período deste ano lectivo, que começou esta terça-feira, devido à avaliação docente e revisão do Estatuto da carreira.
A Plataforma Sindical dos Professores declarou a possibilidade de convocar uma greve nacional contra as políticas do Ministério da Educação para a semana que termina a 16 de Maio e uma outra que se deverá realizar também no terceiro período, adianta a Lusa.
Na semana de 20 a 24 de Abril, os sindicatos vão realizar uma consulta geral aos professores de todas as escolas do país, com objectivo de ouvir os docentes sobre a revisão do Estatuto da Carreira Docente e o modelo de avaliação.
Avaliação dos professores é uma fraude, diz Paulo Guinote, autor do blog «A Educação do Meu Umbigo», que vai lançar livro homónimo. Na entrevista dada ao tvi24.pt, afirma que “O ataque ao sistema de avaliação dos professores foi uma das suas bandeiras. «Seja qual for o desfecho que tiver estas lutas nada seria como dantes. O clima das escolas está muito pior do que há quatro anos e isso não teve nenhuns reflexos positivos junto dos alunos, principalmente porque houve um desgaste na escola, enquanto instituição. Todo o processo devia ter sido conduzido doutra forma, porque o que existe neste momento é muito cansaço e desgaste», vincou Paulo Guinote, que não tem problemas em ser implacável.
O principal cavalo de batalha do Mistério, na prática, foi perdido. Este processo de avaliação é uma farsa, uma absoluta fraude, porque o simplex transformou a avaliação numa coisa que não sabemos o que é. Foi um processo não deu em nada, não trouxe vantagem nenhuma às escolas, trouxe enorme conflitualidade e ninguém está a dar melhores aulas, nenhuns alunos estão a aprender mais por causa disto.[1]
O Movimento Promova vai propor a garantia de apoio jurídico aos professores que, em coerência com os seus princípios, não participem em nenhum acto relacionado com este modelo de avaliação e, em conformidade, não entreguem a Ficha de Auto-avaliação, substituindo-a por um Relatório Crítico.

Entretanto a avaliação continua e vai-se entrar na 2ª observação de aulas assistidas (apesar das nuvens que pairam no ar) à espera doutros sinais que clarifiquem a situação.


abril 14, 2009

Por que razão os professores recuaram?

1. Há mil e uma razões que explicam o recuo dos professores. Vou apontar algumas.
2. Os professores foram o único grupo profissional que aguentou uma guerra de desgaste com um Governo de maioria absoluta durante quase quatro anos.
3. Não é possível estender durante muitos anos uma guerra contra um Governo que dispõe de maioria absoluta e que faz uso da propaganda, da ameaça e da demagogia como nenhum outro fizera até então.
4. Não é possível resistir durante muito tempo a um adversário que faz uso da guerra total, que usa todos os instrumentos repressivos ao dispor e que ataca simultaneamente em todas as frentes. O Governo, o ME, as DREs e a DGRHE foram a mais formidável máquina de guerra alguma vez usada, no nosso país, contra uma profissão. Conseguiram fazer recuar os professores mas romperam definitivamente a confiança que os professores tinham na administração educativa, quer a do topo quer a intermédia.
5. A fraqueza do maior partido da oposição tornou quase impossível a vitória dos professores sobre o Governo. Quando o PSD escolheu Manuela Ferreira Leite para líder, disse ao país - e os professores ouviram - que não estava na luta para ganhar eleições, mas apenas para sair delas com uma derrota pouco pesada. Foi a partir dessa altura que os professores começaram a perder a esperança de derrotarem Sócrates e o PS.
6. O Governo aproveitou a desistência do maior partido da oposição para lançar duas poderosas armas sobre os professores: o decreto regulamentar 1-A/2009 (regime simplificado de avaliação de desempenho) e o decreto regulamentar 1-B/2009 (que fixa os suplementos remuneratórios dos directores). Com essas duas armas, o ME atirou para cima dos conselhos executivos a responsabilidade pela avaliação dos professores e envolveu-os numa manobra de sedução.
7. Quer isto dizer que os professores saíram derrotados? Só o saberemos em Outubro. Se o PS perder a maioria absoluta, a resposta é negativa. Se voltar a ganhar a maioria absoluta, a resposta é positiva.
8. E o que fazer até lá? Não há muita coisa que os professores possam fazer porque dois terços desistiram da luta quando entregaram os objectivos individuais. Lamento dizê-lo, embora saiba que a maioria o fez com lágrimas nos olhos. Até ao final do ano lectivo, talvez os sindicatos e os movimentos consigam mobilizar trinta ou quarenta mil docentes para uma nova manifestação em Lisboa. Receio que não seja possível mais do que isso.
Texto retirado do Blog Prof. Avaliação

abril 11, 2009

Educação: Processo de avaliação de professores é público, mas com reservas - CADA

Lisboa, 08 Abr (Lusa) - A Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA) considera que o processo de avaliação do desempenho dos professores pode ser consultado por qualquer pessoa, desde que não contenha informação da reserva da intimidade do docente.

A conclusão consta num parecer de 01 de Abril, a que a Agência Lusa hoje teve acesso, e que foi suscitado por uma queixa de um antigo professor da Escola Básica e Secundária de São Martinho do Porto.

O reclamante, na altura ainda docente daquele estabelecimento, tinha pedido à presidente do Conselho Executivo o acesso a todos os documentos do processo de avaliação de uma professora no ano lectivo 2007-2008, que lhe foi negado.

O requerente alegou tratar-se de um "processo fechado" que continha "documentos administrativos que podem ser de acesso público".

Mas a escola argumentou que a matéria tinha "carácter confidencial", para a qual o docente "não demonstrou interesse directo, pessoal e legítimo para o acesso a esses documentos", além de que "nem para efeitos de recurso da sua avaliação de desempenho lhe poderiam servir".

No parecer, emitido favoravelmente por cinco dos seus sete membros, a CADA refere que a escola deve "facultar ao queixoso o acesso à informação referente à avaliação de desempenho da docente", embora com "eventual expurgo da matéria reservada".

Na apreciação jurídica, a Comissão sustenta, baseando-se em pareceres anteriores, que não existem, "em regra, motivos para inviabilizar o acesso por terceiros" à avaliação de desempenho, "já que não está em causa a reserva da intimidade da vida privada".

"Do que se trata é apenas do conhecimento de apreciações ou juízos de valor meramente funcionais, isto é, decorrentes do exercício de funções por parte dos avaliados. E, sendo esse o caso, tal informação é acessível por terceiros, mesmo sem autorização escrita", assinala a CADA.

O parecer sublinha, neste contexto, que "se a documentação da avaliação do desempenho da docente contiver, como é normal suceder, apenas apreciações de natureza funcional, será acessível a qualquer pessoa e sem restrições".

Em contrapartida, esse acesso fica vedado se essa informação for do foro íntimo e não tiver sido demonstrado o interesse directo, pessoal e legítimo do requerente.

Suportando-se neste último pressuposto, dois membros da Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos votaram contra.

Confrontada com o parecer, a Federação Nacional dos Sindicatos de Educação (FNE) defende que o acesso ao processo de avaliação dos professores deve ser, na generalidade, reservado, embora possa ser consultado em caso de reclamação ou recurso.

"Na generalidade, o acesso deve ser reservado, sem dúvida nenhuma. Parece-nos impensável que pais ou alunos possam consultar, ou quaisquer outras entidades que nada têm a ver com o processo de avaliação", advogou à Lusa Lucinda Manuela, dirigente da FNE.

"Admitimos que possa ser consultado numa situação de reclamação ou recurso, quando se faça comparativamente a terceiros", ressalvou.

Retirado do expresso

abril 09, 2009

Avaliação dos Professores


AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES

Já não chegava todas as tropelias à avaliação dos professores num processo penoso e sem fim . No inicio do processo aventou-se a hipótese dos pais com a sua opinião poderem influenciar a avaliação dos professores assim como as notas dos alunos. Toda a luta pelo bom-senso e respeito por esta classe que o único defeito que tem , a meu ver , é ser a mais numerosa da função pública , advindo daí uma despesa que pesa muito no orçamento de Estado.Então agora os processos de avaliação individual do professor poderão ser de livre acesso a pais e outros professores ! Aonde isto vai parar ! Tudo é possível . O professor está despido interiormente , em que tudo é devassado , não tendo direito à sua privacidade e reserva . Não há outra profissão que tal aconteça . Os nossos governantes tudo lhes é permitido e ninguém pode dizer nada . Então a avaliação além de ser individual não tem carácter confidencial ?Continuo na minha - quem avalia os pais ? A responsabilização dos pais na educação dos filhos e na escola deveria ser regulamentada e penalizada para quem não cumprisse. A educação em Portugal está subvertida. O professor que deveria ser o centro do ensino é o lacaio e subordinado , mais parece que só tem obrigações e poucos direitos. Por este andar ninguém quer ser professor no futuro . Se calhar é isso que se pretende já há tantos e a mais.

Por Joaquim Jorge (Clube dos Pensadores)
Arte por um Canudo 2