março 26, 2006

Regionalizar aonde?

Prevê-se que alguns milhares de escolas vão desaparecer, por não ter os dez alunos necessários para se manter. Quem mais vai ter escolas a encerrar será o interior e as suas aldeias. A escola era um equipamento social de que as aldeias dispunham até há bem pouco tempo. Agora, há toda a uma série de processos de descapitalização evidente, que marcam e que, no fundo, agravam, penalizam e castigam a própria zona rural. Primeiro desapareceu o padre, passou a ser um padre para várias aldeias, agora desaparece a escola, em muitos sítios os correios encerraram e ou deixaram de chegar. Também encerram hospitais, maternidades, e outros serviços públicos. Muitas localidades antes servidas pelo caminho-de-ferro também viram desaparecer o comboio. O que resta à aldeia? Nada! Desaparecem os jovens por falta de oportunidades de trabalho, não existe investimento empresarial, o pouco comércio existente vai encerrando e os mais velhos vão ficando desamparados na sua solidão.
Há quem volte a falar na regionalização, mas regionalizar com quê? Regionalizar aonde? Só se for todo o Litoral onde as gentes se concentram, porque o interior ficou desertificado e só resta o vazio.
Este país passou para o Litoral e os sucessivos governos nada fizeram para o evitar…

7 comentários:

O Micróbio II disse...

Mas o que mais me confunde no meio desta trapalhada da regionalização é o facto de os próprios habitantes das zonas críticas continuarem ainda com a mentalidade de que "o que é de Lisboa ou Porto é que é bom"... e eu que o diga no meu trabalho profissional...

Anónimo disse...

Não admira que os habitantes do interior digam isso Micróbio.Vendo o que eles vêem na TV acerca de Lisboa e Porto e comparando com as suas terras, parece-me normal.Que possui o interior para cativar as pessoas? Empregos, divertimentos, acessibilidades, cultura, lazer..não me parece.

Unknown disse...

Feliz Páscoa para toda a equipa do "Deleites"

O Micróbio II disse...

Possui aquilo que existe em Lisboa e no Porto... pessoas, cabeças, capacidade! Não me referia a infraestruturas!

Anónimo disse...

Mas sem investimento é como fazer omoletes sem ovos.Como cativar um jovem a ficar na sua terra se não tem emprego? Ora se não fôr o estado a criar essas infraestruturas no interior para que o tecido económico se desloque para esses lados, onde é que vão parar estas terras do interior.Para mais com a saída das escolas, hospitais e maternidade.

Al Cardoso disse...

Ainda e sempre, estamos a tempo de inverter a desertificacao, mas nao sera, com as medidas ja anunciadas e outras que ja se sussuram.

Passe pelo meu sitio:
http://aquidalgodres.blogspot.com

Anónimo disse...

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