janeiro 23, 2006

Cavaco Silva. O nosso Presidente

RESULTADOS NACIONAIS:
CAVACO SILVA - 50,59%
MANUEL ALEGRE - 20,72%
MÁRIO SOARES - 14,34%
JERÓNIMO SOUSA - 8,60%FRANCISCO LOUÇÃ - 5,31%
GARCIA PEREIRA - 0,44%

janeiro 20, 2006

Votinho!..


















E estes não contam???.
Ag

O voto certo

E você, acertará no voto certo?
Domingo é dia de votar para eleger o próximo Presidente da República. Mais que um dever cívico, é um momento importante ao qual todos devemos fazer para não faltar à chamada. Portugal atravessa hoje uma grave crise económica, provocada pelo aumento do desemprego, aumento dos impostos (contrariamente ao que nos foi dito), aumento do custo de vida, aumento imparável dos combustiveis, contrariamente aos ordenados que aumentam em menor, muito menor escala que tudo o resto. É um momento dificil este que o País atravessa, sem sabermos quando e onde esta grave crise irá parar. O Presidente da República tem de ser um homem activo, de preferencia com enorme experiência em economia mas ao mesmo tempo tem de ser um defensor da classe trabalhadora. Além de mediador terá de ser uma pessoa com enorme projecção no Mundo que consiga atrair investimento externo para o País. Não é minha intenção dizer aqui para votarem em A ou em B, cada cidadão é livre para votar naquele que considere o melhor candidato, não descurando entretanto de afirmar que há motivações diferentes entre os diversos concorrentes. Para uns está em causa saber quem fica em 2.º ou em 3.º lugar, para outros está em causa saber quem ficará em 4.º ou em 5.º lugar e para um outro está em causa saber se passará a barreira do 1%. Portanto e não querendo aqui nomear em quem vou votar, parece-me que só há um que realmente está interessado em servir Portugal de uma forma séria em prol de todos os que cá vivem e trabalham e é para esse que não nomeio quem é, que vai o meu voto. Sei que vocês também pensam como eu, ou não estaremos todos interessados em que o País saia da crise e seja entregue ao mais competente? No próximo domingo votem, mas votem em consciência, porque o País precisa do meu e do seu voto para se tornar cada vez maior.

janeiro 18, 2006

Quem nos vai dar música!..

















Qual será?
Sondagens Marktest - TSF/Diário de Notícias:
09/1 10/1 11/1 12/1 13/1 14/1 15/1 16/1 17/1 18/1
Cavaco Silva 61,0 60,2 60,3 58,8 56,8 56,6 56,7 56,4 54,6 53,2
Manuel Alegre 11,5 13,1 13,9 13,8 15,6 16,0 18,2 19,5 18,4 19,0
Mário Soares 14,3 14,0 13,5 13,8 12,8 11,7 10,5 11,4 13,2 13,4
Jerónimo Sousa 6,9 7,2 5,3 6,0 6,5 6,0 6,8 5,5 6,4 7,2
Francisco Louçã 6,1 5,5 6,7 7,2 7,8 9,3 7,3 6,8 6,6 6,3
Garcia Pereira 0,2 0,0 0,2 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,8 0,9

Quem aposta no último post?
Ag

Sondagens. Cada um toma as que quer

Sondagens nada mais são que previsões, dizem eles, com a diferença de serem tecnicamente elaboradas. Eu prefiro fazer a minha previsão depois de tanta sondagem e de tantos resultados tão diferentes, que ao fim e ao cabo só servem para baralhar. Portanto, a minha previsão para os resultados de domingo é a seguinte:
Cavaco Silva - 60%
Mário Soares - 23%
Jerónimo de Sousa - 7%
Manuel Alegre - 6,3%
Francisco Louçã - 3%
Garcia Pereira - 0,7%

janeiro 09, 2006

Clonagem e grandes esperanças

As suspeitas, finalmente confirmadas, de que Hwang Woo Suk falsificou o seu famoso estudo sobre células-mãe embrionárias, levaram a comunidade científica a reflectir. As questões em análise são: a existência de demasiados incentivos para a fraude, como se pode publicar um trabalho adulterado numa revista da especialidade sem que se detecte o erro e o papel dos meios de comunicação.

Segundo o trabalho publicado na edição digital da “Science” no passado dia 19 de Maio (17 de Junho na edição impressa), Hwang teria obtido onze perfis de células-mãe a partir de embriões clonados, geneticamente idênticos aos nove pacientes. Por sua vez, os embriões (ainda que Hwang afirmasse serem apenas aglomerações celulares) tinham sido criados a partir da doação de óvulos, aos quais tinha extraído os núcleos para os substituir por células dos pacientes.

Agora sabe-se que isto não foi verdade. Primeiro descobriu-se que parte dos óvulos tinham sido obtidos de forma irregular, doados por subalternas de Hwang no laboratório ou por outras mulheres em troca de dinheiro, coisa que Hwang acabou por confessar, depois de o ter negado durante meses. Depois, uma investigação da Universidade Nacional de Seúl, onde trabalhava Hwang, descobriu que na experiência só se obtiveram dois perfis celulares e que se manipularam os dados para fazer crer que eram onze. O comité de investigação comprovará que os dois perfis obtidos são realmente clones de pacientes. Também verificará os outros trabalhos de Hwang: o da primeira clonagem humana que surgiu em 2004 na “Science” e o do primeiro cão clonado, publicado na “Nature” em Agosto de 2005.

Hwang admitiu as manipulações poucas horas depois de o Comité de investigação as dar a conhecer, e renunciou ao seu lugar de professor na Universidade. Mas acabaria por mantê-lo porque, apesar de tudo, tinha desenvolvido o único método existente até agora para se obterem células-mãe clonadas. No entanto, o Comité fez uma correcção significativa a este respeito. Um grande obstáculo para a chamada clonagem “terapêutica” é a dificuldade em se conseguirem óvulos suficientes, pois por cada tratamento de estimulação ovárica só se obtêm uns 10 por dadora. Até agora acreditava-se que Hwang tinha conseguido aumentar muito o rendimento, pois em 2004 eram necessários 242 óvulos para criar um embrião e em 2005 surgem os tais 11 perfis celulares a partir de 185 óvulos. Agora sabemos que foram apenas dois, apesar – como foi descoberto pelo Comité de investigação – de na experiência terem sido usados muitos mais óvulos, em número ainda não determinado.

Percurso até à fama

Conhecida a fraude, procuram-se explicações. Muitos assinalam o excesso de competitividade e as grandes somas de dinheiro em jogo, que fomentam a figura do cientista “vendido”. A investigação é um trabalho paciente que, na generalidade dos casos, dá frutos a longo prazo. Mas também é cara, e – vaidade e inveja à parte – exige atrair e manter o interesse das fontes de financiamento, que nem sempre estão dispostas a esperar tanto tempo. Por sua vez, a fama, os prémios e as patentes reservam-se para os que chegam em primeiro lugar. De modo que existe uma “pressão enorme para ser extremamente produtivo e estar na cabeça do pelotão”, diz Donald Kennedy, director da “Science” (“International Herald Tribune”, 23-12-2005).

Talvez Kennedy pudesse dizer algo parecido da sua própria revista. Também as publicações científicas têm o desejo de chegar antes dos competidores mais directos, procurar a exclusividade e a novidade com êxito. E esta pressa é evidente no caso da clonagem “terapêutica”. Em torno desta questão, a “Science” alertou na sua página editorial, que se lançaram exageradas esperanças para se encontrar o remédio para a diabetes, o alzheimer, a paralisia por lesão medular… Procurou-se assim o apoio do público, sem informar que as possibilidades de êxito são incertas e que as terapias, se houver, estão ainda muito longe.

Mas alguns querem ter rapidamente algo para mostrar, sem se resignarem a passar por longos anos ensaiando com modelos animais. Hwang, aos que o repreenderam por ir demasiado depressa, respondia que doentes desesperados aguardavam a sua ajuda e seria imoral abandoná-los. Os seus êxitos rápidos converteram-no num herói nacional e valeram-lhe generosos subsídios do governo coreano.

Revisão falhada

A seguinte questão está ligada com o facto de a prestigiada “Science” se ter deixado colar a esta impostura. O trabalho assinado por Hwang e outros 24 autores passou por três revisões e demorou dois meses a receber a autorização de publicação, um mês a menos que a média normal. O problema, explicava a directora executiva da “Science”, Mónica Bradford, é que os revisores dão por suposto que os dados são verdadeiros, limitando-se a comprovar que os dados sustentam as conclusões (“New York Times”, 18-12-2005).

Ainda assim, o que chama mais a atenção, como assinalava a professora de bioética Laurie Zoloth dias antes da confirmação da fraude, é o facto de “uma só pessoa [Hwang] ter enganado 24 colaboradores que assinaram com ele o estudo, e todos eles dispostos a reconhecer o trabalho como próprio” (“Ibid.”). Parte da explicação é que Hwang tinha distribuído os seus colaboradores por diversas equipas, cada uma especializada numa fase do processo de clonagem. Graças a este método de trabalho, que mereceu a admiração de outros cientistas, apenas Hwang e possivelmente poucos mais conheciam a verdade. A maioria dos co-autores do estudo nunca tinham visto as células clonadas que Hwang dizia ter obtido.

O caso de um deles, Gerald Schatten (Universidade de Pittsburg), é revelador de certas práticas relativas à revisão e publicação de estudos. Em Novembro, por suspeitas sobre a doação de óvulos, Schatten abandonou a colaboração com Hwang. No mês seguinte, quando surgiram as dúvidas sobre a autenticidade da experiência, pediu à “Science” que retirasse o seu nome do artigo. Alegou que, depois de rever as tabelas de dados publicadas, concluiu que podia haver falsificações. Por tanto, Schatten foi enganado com a documentação elaborada por Hwang e entregou a sua assinatura para um estudo no qual não tinha intervido a não ser como assessor, e de cuja autenticidade não podia responder directamente. Isto sucedeu porque existe o costume de engrossar a lista de assinaturas de um artigo com nomes de cientistas que não são autores propriamente ditos. Tal prática, ao dar maior aparência de credibilidade, pode servir para encobrir uma fraude, como aconteceu com este caso.

Talvez, pois, faça falta reformular os procedimentos das revistas. Assim opina Marc Peschanski, especialista francês em células-mãe: “Haveria que completar a simples revisão da leitura por colegas [“peer-review”] com controlos biológicos” (“Le Monde”, 21-12-2005). Peschanski aponta como exemplo a comunidade de físicos teóricos: comunicam os seus trabalhos antes da publicação e submetem-nos a uma dura revisão. O problema, no campo das ciências biomédicas, que tem mais implicações sociais e económicas, é que “revistas como a ‘Nature’ e ‘Science’ não são verdadeiramente a favor deste tipo de organização, que lhes faria perder o seu papel, o seu poder e os seus recursos.

Vozes nada críticas

Finalmente, os meios de comunicação foram autenticamente manipulados por Hwang que os soube usar habilmente. “Quisemos – queixava-se Mónica Bradford, da “Science” – que os autores empregassem tanto tempo em falar connosco como o fizeram para conferências de imprensa” (“International Herald Tribune”, 23-12-2005). Muitos meios de comunicação contribuíram, sem qualquer tipo de crítica, para o espectáculo. Houve uma excepção notável: um programa da cadeia de TV coreana MBC, que depois de receber uma denúncia anónima, conseguiu fazer “cantar” um colaborador de Hwang que agora trabalha nos Estados Unidos; mas conseguiu – há que dizê-lo – através de meios menos correctos: fazendo-lhe crer que havia ordem de detenção de Hwang e filmando a conversa com uma câmara oculta.

Desde logo, os meios de comunicação não podiam descobrir o que não viram os revisores da “Science”. Mas é chamativa a docilidade com que muitos seguiram o guião de Hwang e outros, elogiando as maravilhas da clonagem “terapêutica” e anunciando hipotéticos remédios. Com menos entusiasmo e com a cabeça mais fria poderiam pelo menos ter informado acerca de problemas, tais como os relativos para a obtenção de óvulos ou o controlo de células-mãe embrionárias, que tendem a formar tumores. Mas, pelos vistos, voltou a cumprir-se a Primeira Regra de Cohn sobre as páginas da saúde, segundo a qual só existem duas classes de notícias médicas: “vislumbram-se esperanças” e “perdem-se as esperanças”. E assim se passa da primeira para a segunda classe.

CT

janeiro 06, 2006

Estados Unidos: A primeira “união civil” de lésbicas separou-se

Elton John e o seu companheiro David Furnish legalizaram a sua união com pompa e circunstância, ao entrar em vigor a lei que o permite no Reino Unido. Foram centenas de convidados que tiveram a consciência de estar a participar num acontecimento histórico. Prontos a fazer história, não fica mal aqui evocar também o casal de lésbicas que formaram a primeira união civil entre pessoas do mesmo sexo nos Estados Unidos e que voltaram a ser notícia nestes dias.

Carolyn Conrad, com 29 anos na altura, e Kathleen Peterson, de 41, formalizaram a sua união no dia 1 de Julho de 2000, quando a lei de “uniões civis” de Vermont se ampliou também a casais homossexuais, com quase os mesmos direitos e deveres que o matrimónio (tendo em conta que em Vermont o matrimónio é a união entre um homem e uma mulher, como em quase todo o país). Minutos depois da entrada em vigor da lei, Conrad e Peterson passavam pelo Governo Civil de Brattleboro e tiravam a típica fotografia de saída. “Já estávamos casadas espiritual e moralmente (levavam já 5 anos juntas), mas queríamos que fosse legal desde o primeiro minuto”, disseram.

Agora estão separadas fisicamente e “nem penses aproximar-te, Katy”. Carolyn Conrad pediu o equivalente ao divórcio no passado mês de Outubro e um juiz acaba de o conceder, além da ordenação de afastamento para Kathleen Peterson, electricista da estação de esqui de Mount Snow. O que estalou o verniz foi o buraco na parede que Peterson fez após um murro durante uma discussão em que ameaçava partir a cara a uma amiga de Conrad.

Já se ouviram alguns comentários hilariantes a este respeito: “Isto é tão histórico como a sua união porque demonstra que se trata de casais exactamente iguais aos heterossexuais”. Com as suas lutas, os seus zelos, os seus murros na parede. Recordo ter escutado que não, que iam contribuir para uma nova dimensão: não sei, mais sensibilidade, mais amor, o “fim da sociedade coitocêntrica”. “A única coisa que quero dizer – diz Conrad – é que a “união civil” foi uma grande fonte de orgulho para mim, mas neste momento já não é”. Passou o encanto, como ocorreu já a 77 casais do mesmo sexo que acabaram em divórcio, com ou sem murros pelo meio.E

ntre Julho de 2000 e Dezembro de 2004 houve 7549 “uniões civis” de homossexuais em Vermont. É certo que a proporção de dissoluções é baixa. Mas o que chama a atenção é que desde 2003, Conrad e Peterson ofereceram ajuda a lésbicas, através de uma webpage: uma espécie de consultório sentimental. Conrad: “bloqueio e esquivo lateral, jogo de pernas,… uf! Cansativo!”. Peterson: “Crochet de directa, finta de corpo, uppercut e gancho…”

Dizia que a proporção de divórcios todavia é baixa. Não serei eu a desejar que suba, mas o divórcio entre casais do mesmo sexo é já uma oportunidade de negócio para os advogados norte-americanos: e isto é uma realidade.

Há dois anos, um golpe de mestre dos juízes de Massachusetts disparou a imaginação dos círculos jurídicos. “O mais importante que se consegue com o matrimónio é o divórcio – dizia um advogado de Boston –, um processo previsível em que a propriedade dos cônjuges se baseia na divisão das dívidas em partes proporcionais e se estabelecem normas para a custódia dos filhos”.

Se nos Estados Unidos se repete o que ocorreu na Suécia ou na Noruega, onde as uniões homossexuais registadas são muito mais instáveis que os matrimónios, os advogados poderiam dormir tranquilos. Algo assim como aquele que dizia ao Presidente da Gillette: “Durmo bem porque há milhões de homens que a primeira coisa que fazem pela manhã é fazer a barba”.

CT