outubro 07, 2006

Plágio!..1

A quadratura do círculo
Um sujeito de meia-idade, forte, barbudo, mal-enjorcado, aspecto magrebino, foi detido
à entrada do aeroporto de JFK, em Nova Iorque.
A fotografia no passaporte, português, levantou suspeitas. O sujeito explicou primeiro, berrou depois que era português, esperneou que era/fora até deputado, exigiu contactar a embaixada de Portugal. Invocou o Presidente de Portugal, Cavaco Silva, Barroso o Presidente da Comissão Europeia. Repetia como um mantra: abrupto, abrupto...
Os fiscais aeroportuários não se deixaram impressionar: pouco depois entregavam-no a agentes à paisana.
O homem foi interrogado durante horas numa sala reservada do aeroporto. No final foi despido, apalpado, objecto de investigação rectal (deram-lhe depois uma fralda...). Um fato macaco laranja para vestir. Em seguida foi enfiado num pequeno avião, de olhos vendados e mãos algemadas.
O avião parou horas depois. Não sabia se era dia ou noite, estava confuso, esgotado, escandalizado, incrédulo, era um sonho mau... Entrou um bafo de ar quente e húmido. O avião arrancou de novo. Aterrou algures. Tiraram-no do avião. Ouviu falar árabe. A carrinha parou: disseram-lhe então que estava entrar na cadeia El Falestin, arredores de Damasco, Siria.
Semanas depois, durante uma pausa das brutalizações que acompanhavam o interrogatório, disseram-lhe que se não falasse, não sairia vivo. O "Pide" bom aproveitava-se do seu esgotamento e aconselhava-o a confessar que era íntimo colaborador de Bin Laden. Viera para Portugal para preparar a logística do próximo grande atentado da Al Qaeda. Falava português e isso ajudava na cobertura. O passaporte fora obtido num lote roubado há anos no Consulado Português em Macau - os "primos" portugueses tinham confirmado o número, em consulta rápida logo após a sua chegada a NY.
O homem emagrecera 40 quilos, ao cabo de de treze meses de indizíveis torturas e humilhações. Confessara o que eles queriam, para as sevícias pararem. Pararam. Pasmava como sobrevivia no catre imundo e apertado. Sem livros, jornais, papel, caneta, sem computador, sem abrupto. Como era possível que ninguém o procurasse?
Enganara-se. Uma senhora movia mundos e fundos, a chagar toda a gente. Impossível que tivesse decidido dar o pira, "desaparecer" em NY. Mas ninguém queria admitir a hipótese de que tivesse sido sequestrado, ninguém tinha aparecido a exigir resgate. O
tipo estava farto, pensavam. Livros, senhoras, computadores, blogs, C-Span e tudo o que ele apreciava, em NY nada faltava... A embaixada americana garantia ter sido
vasculhado tudo - confirmava-se que chegara a JFK, mas depois evaporara-se... Europol, Interpol haviam sido accionadas. Sem resultados... A senhora começou a conformar-se.
Passou mais um ano. Transferiram-no para Bagram, abruptamente. Regime mais leve, apesar de toda a boçalidade. Começou a aprender árabe com um com quem lhe permitiam partilhar horas no páteo ao ar livre.
Ainda lá está. A CIA já percebeu que se enganou. Mas o erro é tão monumental, que custa a admitir: as repercussões serão demolidoras, como as antigas charlas que os "primos" dizem agora que ele fazia na TV em Portugal.
Ainda vai emagrecer mais, o magrebino barbudo. Pacheco Pereira, teima ele que se chama. Abrupto será nick-name?
Who cares? And why care?
[Publicado por AG] 5.10.06
Publicado pr AG no Blogue Causa Nossa

Por AG

setembro 22, 2006

Medo



Medo....

As férias passaram, o regresso à escola aconteceu e o medo paira no ar…

Acontece, que em pleno séc. XXI a classe dos professores que até há bem pouco tempo era considerada e estimada começa a ter medo das medidas que o M.E. (Ministério da Educação) vem anunciando à mistura com uma dose de sensacionalismo da comunicação social e uma certa agressividade por parte da sociedade.

O que foi anunciado o ano transacto e o que vai a discussão para a opinião pública sobre o ECD (Estatuto da Carreira Docente) é de meter medo e cria insegurança na classe docente que ultimamente muito maltratada tem sido.

O que faz o M.E. para alterar o ECD?

Pela voz da ministra anuncia que os professores faltam muito e por isso vai alterar o ECD. Veio-se a saber mais tarde, que afinal os professores faltam tanto como outra classe profissional, situando-se mesmo no meio da tabela do referido estudo. Como aconteceu? O M.E. em vez de contabilizar por dias as faltas ao trabalho, contabilizou-as e anunciou-as na comunicação social por horas, o que dá a entender uma certa maldade de quem no faz. Esta foi a imagem transmitida (os professores faltam muito) e já ninguém se lembra do desdito e é assim com esta "mentira" que a classe docente é vista e lembrada.

Mesmo assim, esqueceu-se o M.E. e principalmente a ministra que a classe docente é constituída por cerca de 90% de professores do sexo feminino, que também são mães com filhos. Segundo um estudo (não confirmado), a classe profissional que mais contribui para a natalidade é a classe docente feminina com 2 a 3 filhos, mais concretamente 2,3 filhos por mulher, muito acima da média nacional (1,4 filhos por mulher). Então sendo a classe docente constituída por cerca de 90% de professores do sexo feminino e sendo esta uma das classes profissionais que mais filhos têm, é muito natural que as mães faltem quando um dos seus filhos adoece. Embora não faltem assim tanto como o fizeram parecer e segundo o desdito dos sindicatos sobre as faltas.

Vem isto a propósito, por causa de um plenário que o sindicato dos professores da Região Centro vai fazer no dia 22 de Setembro por toda a Região Centro. Sendo eu delegado informei os colegas que a falta para ir ao plenário não tem ainda os tais efeitos que a ministra e a comunicação social vão anunciando. O que me dizem, “não vou porque tenho medo”: medo das consequências futuras como vem sendo anunciado, medo de não subir de escalão mesmo que seja um óptimo professor, medo de uma falta injustificada que pode trazer consequências graves, medo de não deixar planos, medo de retaliações do “Conselho Executivo”, medo enfim…do ECD.

Com este clima.... não me parece, que existam as melhores condições para um bom desempenho por parte desta classe profissional.

Do Blog Arte por um Canudo 2
Por Ag

setembro 17, 2006

Van Gogstinho


setembro 13, 2006
Van Gogstinho
Que dava aulas já nós sabíamos há muito. Que o Agostinho é o mentor do Arte por um Canudo e de mais uns... dois, três... espaços aqui na rede das redes passámos a saber aqui há uns dois anos. Que adora a Parada de Gonta que o acolheu e se empenha activamente (é membro da Junta de Freguesia) em fazê-la progredir e que ama e se entrega à profissão que escolheu, olhando para alunos e colegas de modo horizontal, estamos nós constantemente a tomar conhecimento pela interpretação do que publica. Que tem orgulho em mostrar a união que gira à volta de sua família, não descurando, em perfeita simbiose, a confraternização com os seus amigos (ave Grupo do Tacho) também ele nos vai revelando quer através de textos quer pela aposição de belas fotografias, outro dos seus passatempos ou hobbies.
Agora o que não sabíamos era que gostava de dar umas pinceladas, leia-se colocar tela em cavalete e desenhar com pincel o que a sua vista alcança, e se (ainda) não é um Van Gogh, pode pelo menos, e levando em conta a amizade que criámos, ser um Van Gogstinho.
Contentem-se, caros leitores, com as reproduções fotográficas (clicar em cada uma para ver ampliação), porque as obras... oh as obras... essas certamente devem estar guardadas a sete chaves.

Parabéns amigo Agostinho e continua a surpreender-nos!

abril 21, 2006

Bater nos outros..não custa!.

Bater nos outros não custa!
Agora é que vemos a classe politica que temos. Alguém fez muito bem em divulgar as faltas dos deputados porque assim ficamos a saber a realidade daquele hemiciclo tal como ele é. A transparência acima de tudo e este governo pelo menos tem deixado boas referências acerca disso. Voltando aos deputados faltosos, parecem meninos reguilas sem cabeça a justificarem a sua ausência. Estão-nos a chamar lorpas? Muitos tiveram as suas razões mas também assinar a sua presença quando estão noutro lado não me parece uma boa justificação. Algo está errado!..
Agora fico-me com esta, quando é para legislar para os outros tudo bem, bate-se palmas… porque o país precisa é de trabalho e não de mandriões, mas quando o telhado nos cai em cima, é a desgraça.
Ag

março 26, 2006

Regionalizar aonde?

Prevê-se que alguns milhares de escolas vão desaparecer, por não ter os dez alunos necessários para se manter. Quem mais vai ter escolas a encerrar será o interior e as suas aldeias. A escola era um equipamento social de que as aldeias dispunham até há bem pouco tempo. Agora, há toda a uma série de processos de descapitalização evidente, que marcam e que, no fundo, agravam, penalizam e castigam a própria zona rural. Primeiro desapareceu o padre, passou a ser um padre para várias aldeias, agora desaparece a escola, em muitos sítios os correios encerraram e ou deixaram de chegar. Também encerram hospitais, maternidades, e outros serviços públicos. Muitas localidades antes servidas pelo caminho-de-ferro também viram desaparecer o comboio. O que resta à aldeia? Nada! Desaparecem os jovens por falta de oportunidades de trabalho, não existe investimento empresarial, o pouco comércio existente vai encerrando e os mais velhos vão ficando desamparados na sua solidão.
Há quem volte a falar na regionalização, mas regionalizar com quê? Regionalizar aonde? Só se for todo o Litoral onde as gentes se concentram, porque o interior ficou desertificado e só resta o vazio.
Este país passou para o Litoral e os sucessivos governos nada fizeram para o evitar…

março 18, 2006

II.º encontro nacional de bloggers na Serra da Estrela é no dia 22 de Abril

Vai já para a sua 2.ª edição. Estou a falar do II.º encontro nacional de bloggers na Serra da Estrela que espera contar com a sua presença. As INSCRIÇÕES devem ser feitas até dia 15 de Abril, para:
luis.silva.75@gmail.com
PROGRAMA
10 horas - Recepção dos participantes, no café Residência,
frente à Câmara Municipal de Seia
10h30 – Saída em visita ao Sabugueiro (aldeia mais alta do País).
Percurso pedestre no local
12h30 – Almoço no Restaurante "Montanha", no Sabugueiro
14h00 – Visita às Lagoas, pistas de ski e Torre
20h00 – Jantar/convívio na Quinta do Crestelo, seguido de
visita ao Museu Nacional do Pão
A SUA PRESENÇA É MUITO IMPORTANTE !!!
Para mais informações visite: http://www.oceanodepalavras.blogspot.com

março 15, 2006

OPA`s

O país está em euforia..A comunicação Social encarrega-se de dar a mensagem. Outra OPA aconteceu depois de à bem pouco tempo ter havido uma que não se sabe bem o que vai dar. Os senhores do dinheiro deliram e jogam os seus trunfos. O próprio PS (contra-senso) está contente por os senhores do capital estarem contentes. PS e capital até jogam e parece estarem a dar-se muito bem. O povo..desse já ninguém se lembra. Estará contente? Beneficiou com as OPA`s? Sentiu a sua qualidade de vida melhorar?
É uma questão de perguntar...
Ag

março 14, 2006

Afinal de que OPA falam eles?

OPA - Operação pública de aquisição.
OPA - veste que é geralmente utilizada pelas irmandades.
OPA - termo que se aplica quando alguém está alcoolicamente bem-disposto ("estás cá com uma OPA").

Luis Silva

março 13, 2006

Não é com borralho que se apagam os fogos

Ouvi hoje durante o dia na radio que o Governo quer colocar professores a tempo inteiro nas Comissões de Protecção de Menores com mais de 150 casos sinalizados. Eu como não sou mecânico, muito menos electricista não me aventuro a fazer qualquer trabalho nessa matéria sob pena de poder a vir a dar cabo daquilo que à partida me incumbiram de resolver, prefiro deixar esse trabalho para pessoas qualificadas nessa matéria, que à partida me resolvem o problema sem causar danos. Com esta incompreensivel decisão do Governo vai passar-se o mesmo, é que os professores não foram formados para sinalizar casos sociais, muito menos para fazerem visitas domiciliárias e análise no local das relações familiares e comunitárias, muito menos para elaborarem relatórios técnicos com substância minima de análise, resolução e encaminhamento correcto de casos sociais, assim como para accionarem os mecanismos legais que envolvem uma actuação deste género de situações-problema. Por outro lado o Governo não pode querer incorporar nas Comissões de Protecção de Crianças e Jovens os professores apenas e só com o intuito de no final do ano poder vir a dizer que este ano houve menos desemprego na classe dos professores, porque não é com borralho que se apagam os fogos. Com todo o respeito que a classe dos professores me merece, acredito que eles próprios sabem que não têm a formação necessária e exigida para o devido acompanhamento dos casos sociais, contudo acredito que isto seja apenas uma pretensão e não vá passar à prática. Exige-se sim é um reforço de Assistentes Sociais, psicólogos e sociólogos...
Luis Silva

março 08, 2006

Que vantagem!

A EDP anuncia lucros na ordem dos 300% e a Comunicação Social faz pompa disso.
Um comentador diz: Que grande vantagem, até o Pato Donald o conseguia...
São os consumidores que o pagam.

É fácil verificar os serviços que a EDP presta ao cliente, todos temos a experiência dos seus serviços prestados e todos sofremos na pele os aumentos que nos impingem.
Podemos recusar?
Não admira que o Pato Donald assim também chegue a bom gestor.

Ag

março 05, 2006

Os sindicatos que se cuidem!

“A ministra deve ouvir as críticas dos sindicatos como um elogio. E deve afastar qualquer ideia de “chegar a um consenso” com aquelas organizações; se o fizer, é porque perdeu. Também não será possível chegar a um entendimento com todos os professores. Como em nada de importante na vida, essa unanimidade nunca se fará. Mas deve estar atenta a muitos professores, pais, cientistas e profissionais que estão disponíveis para pôr em prática esse novo espírito”,
António Barreto in Sábado nº 96.

Estas as declarações de um fazedor de opiniões!
Sindicatos acautelem-se que existe uma nova vaga a favor da não negociação...
O 25 de Abril parece estar a diluir-se mesmo naqueles que dizem que foram a favor dele.

Ag

março 02, 2006

Tirem-nos tudo

Depois das escolas, o Governo está a fazer um estudo para mandar fechar algumas Juntas de Freguesia e algumas extensões de saúde em aldeias com menos de "x" habitantes. Tudo em nome do orçamento. As pessoas que se lixem...Qualquer dia em algumas terras, só teremos como forças vivas, as igrejas e a tasquita lá do sitio.
VIVA A DESERTIFICAÇÃO...
Luis Silva

fevereiro 12, 2006

As caricaturas são apenas um pretexto para o inicio de uma guerra contra o ocidente

Para tal basta ler, ver e ouvir aquilo que o Presidente do Irão veio hoje dizer. "A República Islâmica do Irão prossegue os seus esforços nucleares no quadro da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) e do tratado de não proliferação, mas se virmos que nos querem privar do nosso direito, baixando-nos às vossas regras, saibam que o povo reverá a sua política sobre esta matéria", declarou Mahmoud Ahmadinejad. Parece que os tipos têm as suas regras próprias e que apesar dos tratados sobre assuntos nucleares para eles isso nada representa. Lembro-vos que o Irão encontra-se em colisão com os países ocidentais, que acusam Teerão de procurar obter armas nucleares. Os Estados Unidos e a União Europeia criticam o programa nuclear iraniano e suspeitam que os fins deste não sejam pacíficos como assegura Teerão, pelo que remeteram a controversa questão ao Conselho da Segurança da ONU, que poderá vir a impor sanções contra Teerão. Como resposta a tal, Ahmadinejad diz: "Pedem-nos para suspendermos o programa nuclear iraniano, mas nós dizemo-vos que não nos podem obrigar a isso porque vocês são hostis ao progresso do nosso país". Como tal, está à vista de todo o mundo que está em preparação uma grande guerra contra o mundo ocidental do qual faz parte do plano toda esta reacção vergonhosa do mundo islâmico relativamente a cartoons provocatórios, sim senhor, mas em meu entender não o bastante para justificar mortes, ameaças a civis ocidentais e destruição de embaixadas. Certo é, que o ocidente está com medo e vai pedindo desculpas...e correndo o risco de me enganar, afirmo ainda que vão aumentar os ataques terroristas muito em breve por todo o mundo ocidental. É que para além de estarmos perante terroristas, estamos acima de tudo perante fanáticos que não se importam de matar civis indefesos e morrer em nome de Maomé.

fevereiro 10, 2006

Entrar em cena!

Quatro temas interessantes passaram nestas últimas semanas, nenhum deles referenciado no Deleites Pensamentos. O casamento gay, de duas mulheres em Portugal que não passou das intenções, Bill Gates e os protocolos anunciados com o plano tecnológico de Sócrates, os cartoons, também conhecidos por cartunes, que ofenderam o mundo muçulmano e por fim a OPA que Belmiro Azevedo lançou sobre a PT (Portugal Telecom) também conhecida por OPA hostil.
Estes temas teriam deliciado este blogue noutros tempos. Aos poucos os criadores e mentores deste blogue foram desaparecendo por não concordarem com algumas posições aqui tomadas. Na minha opinião, toda a posição divergente tem as suas razões e é preciso procurar nela a essência da sua razão. Não é pura e simplesmente dizer “não concordo e por essa razão saio de cena), que as suas razões são mais válidas do que as dos outros. Procurar o debate e achar a razão do problema na discussão, aceitando e rebatendo democraticamente os pontos de vista dos outros é a solução e faz parte das regras elementares de qualquer democracia.
Entrar em cena é o mínimo que se pede a toda gente, aceitando as convicções dos outros e respeitando os valores democráticos.
Ag

janeiro 23, 2006

Cavaco Silva. O nosso Presidente

RESULTADOS NACIONAIS:
CAVACO SILVA - 50,59%
MANUEL ALEGRE - 20,72%
MÁRIO SOARES - 14,34%
JERÓNIMO SOUSA - 8,60%FRANCISCO LOUÇÃ - 5,31%
GARCIA PEREIRA - 0,44%

janeiro 20, 2006

Votinho!..


















E estes não contam???.
Ag

O voto certo

E você, acertará no voto certo?
Domingo é dia de votar para eleger o próximo Presidente da República. Mais que um dever cívico, é um momento importante ao qual todos devemos fazer para não faltar à chamada. Portugal atravessa hoje uma grave crise económica, provocada pelo aumento do desemprego, aumento dos impostos (contrariamente ao que nos foi dito), aumento do custo de vida, aumento imparável dos combustiveis, contrariamente aos ordenados que aumentam em menor, muito menor escala que tudo o resto. É um momento dificil este que o País atravessa, sem sabermos quando e onde esta grave crise irá parar. O Presidente da República tem de ser um homem activo, de preferencia com enorme experiência em economia mas ao mesmo tempo tem de ser um defensor da classe trabalhadora. Além de mediador terá de ser uma pessoa com enorme projecção no Mundo que consiga atrair investimento externo para o País. Não é minha intenção dizer aqui para votarem em A ou em B, cada cidadão é livre para votar naquele que considere o melhor candidato, não descurando entretanto de afirmar que há motivações diferentes entre os diversos concorrentes. Para uns está em causa saber quem fica em 2.º ou em 3.º lugar, para outros está em causa saber quem ficará em 4.º ou em 5.º lugar e para um outro está em causa saber se passará a barreira do 1%. Portanto e não querendo aqui nomear em quem vou votar, parece-me que só há um que realmente está interessado em servir Portugal de uma forma séria em prol de todos os que cá vivem e trabalham e é para esse que não nomeio quem é, que vai o meu voto. Sei que vocês também pensam como eu, ou não estaremos todos interessados em que o País saia da crise e seja entregue ao mais competente? No próximo domingo votem, mas votem em consciência, porque o País precisa do meu e do seu voto para se tornar cada vez maior.

janeiro 18, 2006

Quem nos vai dar música!..

















Qual será?
Sondagens Marktest - TSF/Diário de Notícias:
09/1 10/1 11/1 12/1 13/1 14/1 15/1 16/1 17/1 18/1
Cavaco Silva 61,0 60,2 60,3 58,8 56,8 56,6 56,7 56,4 54,6 53,2
Manuel Alegre 11,5 13,1 13,9 13,8 15,6 16,0 18,2 19,5 18,4 19,0
Mário Soares 14,3 14,0 13,5 13,8 12,8 11,7 10,5 11,4 13,2 13,4
Jerónimo Sousa 6,9 7,2 5,3 6,0 6,5 6,0 6,8 5,5 6,4 7,2
Francisco Louçã 6,1 5,5 6,7 7,2 7,8 9,3 7,3 6,8 6,6 6,3
Garcia Pereira 0,2 0,0 0,2 0,4 0,4 0,4 0,4 0,4 0,8 0,9

Quem aposta no último post?
Ag

Sondagens. Cada um toma as que quer

Sondagens nada mais são que previsões, dizem eles, com a diferença de serem tecnicamente elaboradas. Eu prefiro fazer a minha previsão depois de tanta sondagem e de tantos resultados tão diferentes, que ao fim e ao cabo só servem para baralhar. Portanto, a minha previsão para os resultados de domingo é a seguinte:
Cavaco Silva - 60%
Mário Soares - 23%
Jerónimo de Sousa - 7%
Manuel Alegre - 6,3%
Francisco Louçã - 3%
Garcia Pereira - 0,7%

janeiro 09, 2006

Clonagem e grandes esperanças

As suspeitas, finalmente confirmadas, de que Hwang Woo Suk falsificou o seu famoso estudo sobre células-mãe embrionárias, levaram a comunidade científica a reflectir. As questões em análise são: a existência de demasiados incentivos para a fraude, como se pode publicar um trabalho adulterado numa revista da especialidade sem que se detecte o erro e o papel dos meios de comunicação.

Segundo o trabalho publicado na edição digital da “Science” no passado dia 19 de Maio (17 de Junho na edição impressa), Hwang teria obtido onze perfis de células-mãe a partir de embriões clonados, geneticamente idênticos aos nove pacientes. Por sua vez, os embriões (ainda que Hwang afirmasse serem apenas aglomerações celulares) tinham sido criados a partir da doação de óvulos, aos quais tinha extraído os núcleos para os substituir por células dos pacientes.

Agora sabe-se que isto não foi verdade. Primeiro descobriu-se que parte dos óvulos tinham sido obtidos de forma irregular, doados por subalternas de Hwang no laboratório ou por outras mulheres em troca de dinheiro, coisa que Hwang acabou por confessar, depois de o ter negado durante meses. Depois, uma investigação da Universidade Nacional de Seúl, onde trabalhava Hwang, descobriu que na experiência só se obtiveram dois perfis celulares e que se manipularam os dados para fazer crer que eram onze. O comité de investigação comprovará que os dois perfis obtidos são realmente clones de pacientes. Também verificará os outros trabalhos de Hwang: o da primeira clonagem humana que surgiu em 2004 na “Science” e o do primeiro cão clonado, publicado na “Nature” em Agosto de 2005.

Hwang admitiu as manipulações poucas horas depois de o Comité de investigação as dar a conhecer, e renunciou ao seu lugar de professor na Universidade. Mas acabaria por mantê-lo porque, apesar de tudo, tinha desenvolvido o único método existente até agora para se obterem células-mãe clonadas. No entanto, o Comité fez uma correcção significativa a este respeito. Um grande obstáculo para a chamada clonagem “terapêutica” é a dificuldade em se conseguirem óvulos suficientes, pois por cada tratamento de estimulação ovárica só se obtêm uns 10 por dadora. Até agora acreditava-se que Hwang tinha conseguido aumentar muito o rendimento, pois em 2004 eram necessários 242 óvulos para criar um embrião e em 2005 surgem os tais 11 perfis celulares a partir de 185 óvulos. Agora sabemos que foram apenas dois, apesar – como foi descoberto pelo Comité de investigação – de na experiência terem sido usados muitos mais óvulos, em número ainda não determinado.

Percurso até à fama

Conhecida a fraude, procuram-se explicações. Muitos assinalam o excesso de competitividade e as grandes somas de dinheiro em jogo, que fomentam a figura do cientista “vendido”. A investigação é um trabalho paciente que, na generalidade dos casos, dá frutos a longo prazo. Mas também é cara, e – vaidade e inveja à parte – exige atrair e manter o interesse das fontes de financiamento, que nem sempre estão dispostas a esperar tanto tempo. Por sua vez, a fama, os prémios e as patentes reservam-se para os que chegam em primeiro lugar. De modo que existe uma “pressão enorme para ser extremamente produtivo e estar na cabeça do pelotão”, diz Donald Kennedy, director da “Science” (“International Herald Tribune”, 23-12-2005).

Talvez Kennedy pudesse dizer algo parecido da sua própria revista. Também as publicações científicas têm o desejo de chegar antes dos competidores mais directos, procurar a exclusividade e a novidade com êxito. E esta pressa é evidente no caso da clonagem “terapêutica”. Em torno desta questão, a “Science” alertou na sua página editorial, que se lançaram exageradas esperanças para se encontrar o remédio para a diabetes, o alzheimer, a paralisia por lesão medular… Procurou-se assim o apoio do público, sem informar que as possibilidades de êxito são incertas e que as terapias, se houver, estão ainda muito longe.

Mas alguns querem ter rapidamente algo para mostrar, sem se resignarem a passar por longos anos ensaiando com modelos animais. Hwang, aos que o repreenderam por ir demasiado depressa, respondia que doentes desesperados aguardavam a sua ajuda e seria imoral abandoná-los. Os seus êxitos rápidos converteram-no num herói nacional e valeram-lhe generosos subsídios do governo coreano.

Revisão falhada

A seguinte questão está ligada com o facto de a prestigiada “Science” se ter deixado colar a esta impostura. O trabalho assinado por Hwang e outros 24 autores passou por três revisões e demorou dois meses a receber a autorização de publicação, um mês a menos que a média normal. O problema, explicava a directora executiva da “Science”, Mónica Bradford, é que os revisores dão por suposto que os dados são verdadeiros, limitando-se a comprovar que os dados sustentam as conclusões (“New York Times”, 18-12-2005).

Ainda assim, o que chama mais a atenção, como assinalava a professora de bioética Laurie Zoloth dias antes da confirmação da fraude, é o facto de “uma só pessoa [Hwang] ter enganado 24 colaboradores que assinaram com ele o estudo, e todos eles dispostos a reconhecer o trabalho como próprio” (“Ibid.”). Parte da explicação é que Hwang tinha distribuído os seus colaboradores por diversas equipas, cada uma especializada numa fase do processo de clonagem. Graças a este método de trabalho, que mereceu a admiração de outros cientistas, apenas Hwang e possivelmente poucos mais conheciam a verdade. A maioria dos co-autores do estudo nunca tinham visto as células clonadas que Hwang dizia ter obtido.

O caso de um deles, Gerald Schatten (Universidade de Pittsburg), é revelador de certas práticas relativas à revisão e publicação de estudos. Em Novembro, por suspeitas sobre a doação de óvulos, Schatten abandonou a colaboração com Hwang. No mês seguinte, quando surgiram as dúvidas sobre a autenticidade da experiência, pediu à “Science” que retirasse o seu nome do artigo. Alegou que, depois de rever as tabelas de dados publicadas, concluiu que podia haver falsificações. Por tanto, Schatten foi enganado com a documentação elaborada por Hwang e entregou a sua assinatura para um estudo no qual não tinha intervido a não ser como assessor, e de cuja autenticidade não podia responder directamente. Isto sucedeu porque existe o costume de engrossar a lista de assinaturas de um artigo com nomes de cientistas que não são autores propriamente ditos. Tal prática, ao dar maior aparência de credibilidade, pode servir para encobrir uma fraude, como aconteceu com este caso.

Talvez, pois, faça falta reformular os procedimentos das revistas. Assim opina Marc Peschanski, especialista francês em células-mãe: “Haveria que completar a simples revisão da leitura por colegas [“peer-review”] com controlos biológicos” (“Le Monde”, 21-12-2005). Peschanski aponta como exemplo a comunidade de físicos teóricos: comunicam os seus trabalhos antes da publicação e submetem-nos a uma dura revisão. O problema, no campo das ciências biomédicas, que tem mais implicações sociais e económicas, é que “revistas como a ‘Nature’ e ‘Science’ não são verdadeiramente a favor deste tipo de organização, que lhes faria perder o seu papel, o seu poder e os seus recursos.

Vozes nada críticas

Finalmente, os meios de comunicação foram autenticamente manipulados por Hwang que os soube usar habilmente. “Quisemos – queixava-se Mónica Bradford, da “Science” – que os autores empregassem tanto tempo em falar connosco como o fizeram para conferências de imprensa” (“International Herald Tribune”, 23-12-2005). Muitos meios de comunicação contribuíram, sem qualquer tipo de crítica, para o espectáculo. Houve uma excepção notável: um programa da cadeia de TV coreana MBC, que depois de receber uma denúncia anónima, conseguiu fazer “cantar” um colaborador de Hwang que agora trabalha nos Estados Unidos; mas conseguiu – há que dizê-lo – através de meios menos correctos: fazendo-lhe crer que havia ordem de detenção de Hwang e filmando a conversa com uma câmara oculta.

Desde logo, os meios de comunicação não podiam descobrir o que não viram os revisores da “Science”. Mas é chamativa a docilidade com que muitos seguiram o guião de Hwang e outros, elogiando as maravilhas da clonagem “terapêutica” e anunciando hipotéticos remédios. Com menos entusiasmo e com a cabeça mais fria poderiam pelo menos ter informado acerca de problemas, tais como os relativos para a obtenção de óvulos ou o controlo de células-mãe embrionárias, que tendem a formar tumores. Mas, pelos vistos, voltou a cumprir-se a Primeira Regra de Cohn sobre as páginas da saúde, segundo a qual só existem duas classes de notícias médicas: “vislumbram-se esperanças” e “perdem-se as esperanças”. E assim se passa da primeira para a segunda classe.

CT

janeiro 06, 2006

Estados Unidos: A primeira “união civil” de lésbicas separou-se

Elton John e o seu companheiro David Furnish legalizaram a sua união com pompa e circunstância, ao entrar em vigor a lei que o permite no Reino Unido. Foram centenas de convidados que tiveram a consciência de estar a participar num acontecimento histórico. Prontos a fazer história, não fica mal aqui evocar também o casal de lésbicas que formaram a primeira união civil entre pessoas do mesmo sexo nos Estados Unidos e que voltaram a ser notícia nestes dias.

Carolyn Conrad, com 29 anos na altura, e Kathleen Peterson, de 41, formalizaram a sua união no dia 1 de Julho de 2000, quando a lei de “uniões civis” de Vermont se ampliou também a casais homossexuais, com quase os mesmos direitos e deveres que o matrimónio (tendo em conta que em Vermont o matrimónio é a união entre um homem e uma mulher, como em quase todo o país). Minutos depois da entrada em vigor da lei, Conrad e Peterson passavam pelo Governo Civil de Brattleboro e tiravam a típica fotografia de saída. “Já estávamos casadas espiritual e moralmente (levavam já 5 anos juntas), mas queríamos que fosse legal desde o primeiro minuto”, disseram.

Agora estão separadas fisicamente e “nem penses aproximar-te, Katy”. Carolyn Conrad pediu o equivalente ao divórcio no passado mês de Outubro e um juiz acaba de o conceder, além da ordenação de afastamento para Kathleen Peterson, electricista da estação de esqui de Mount Snow. O que estalou o verniz foi o buraco na parede que Peterson fez após um murro durante uma discussão em que ameaçava partir a cara a uma amiga de Conrad.

Já se ouviram alguns comentários hilariantes a este respeito: “Isto é tão histórico como a sua união porque demonstra que se trata de casais exactamente iguais aos heterossexuais”. Com as suas lutas, os seus zelos, os seus murros na parede. Recordo ter escutado que não, que iam contribuir para uma nova dimensão: não sei, mais sensibilidade, mais amor, o “fim da sociedade coitocêntrica”. “A única coisa que quero dizer – diz Conrad – é que a “união civil” foi uma grande fonte de orgulho para mim, mas neste momento já não é”. Passou o encanto, como ocorreu já a 77 casais do mesmo sexo que acabaram em divórcio, com ou sem murros pelo meio.E

ntre Julho de 2000 e Dezembro de 2004 houve 7549 “uniões civis” de homossexuais em Vermont. É certo que a proporção de dissoluções é baixa. Mas o que chama a atenção é que desde 2003, Conrad e Peterson ofereceram ajuda a lésbicas, através de uma webpage: uma espécie de consultório sentimental. Conrad: “bloqueio e esquivo lateral, jogo de pernas,… uf! Cansativo!”. Peterson: “Crochet de directa, finta de corpo, uppercut e gancho…”

Dizia que a proporção de divórcios todavia é baixa. Não serei eu a desejar que suba, mas o divórcio entre casais do mesmo sexo é já uma oportunidade de negócio para os advogados norte-americanos: e isto é uma realidade.

Há dois anos, um golpe de mestre dos juízes de Massachusetts disparou a imaginação dos círculos jurídicos. “O mais importante que se consegue com o matrimónio é o divórcio – dizia um advogado de Boston –, um processo previsível em que a propriedade dos cônjuges se baseia na divisão das dívidas em partes proporcionais e se estabelecem normas para a custódia dos filhos”.

Se nos Estados Unidos se repete o que ocorreu na Suécia ou na Noruega, onde as uniões homossexuais registadas são muito mais instáveis que os matrimónios, os advogados poderiam dormir tranquilos. Algo assim como aquele que dizia ao Presidente da Gillette: “Durmo bem porque há milhões de homens que a primeira coisa que fazem pela manhã é fazer a barba”.

CT