fevereiro 20, 2005

Onda Rosa!

A minha homenagem com palavras soltas à vitória do PS.


Onda Rosa!

Foi uma onda
Que fustigou o país
De lés-a-lés.

Foi uma onda
Que varreu os interesses
De políticos sem rumo.

Foi uma onda
Com alegria na alma
Do desespero acabado.

Foi uma onda
Dos ventos que trazem
Um sonho perdido.

Foi uma onda
De esperança redobrada
Nos corações desesperados.

Foi uma onda
Que despertou de novo
A esperança na vida.

Foi uma onda
Que trouxe consigo
O acreditar no sonho.

Foi uma onda
Transformada nas urnas
Em Onda Rosa.


De: Ag

13 comentários:

Anónimo disse...

Parece que o PS lá ganhou com maioria absoluta... sobre esta vitória gostaria de retirar algumas conclusões. Em primeiro lugar vamos ter um governo que terá de assumir as suas responsabilidades, não podendo queixar-se de que a oposição não o deixa governar. Em segundo lugar, fica afastada a hipótese de grupelhos de esquerda radical, e trauliteira (como o Bloco de esguelha) chegarem ao governo. Em terceiro o Dr.Santana Lopes vai finalmente passar a animar outros carnavais (o que também tem o seu lado negativo, uma vez que os cartoons políticos perdem 90% da inspiração). Apraz-me registar que esta vitória e, em particular, a derrota do Dr. Santana Lopes, veio dar razão ao Dr. Jorge Sampaio, figura que , apesar do seu passado de esquerda radical (chegou a ser apoiante do Otelo Saraiva de Carvalho - imagine-se!), acabou por ter um trajecto político equilibrado e sensato, pelo que aprendi a respeitá-lo. Por último, mas não menos importante, talvez deixemos de aturar durante uns tempos os comentários de alguns bloguistas que costumam andar por estas bandas armados em ministro da propaganda iraquiano, gritando uma vitória que só eles viam. O meu lamento vai para a demissão do Paulo Portas (concorde-se ou não com as ideias defendidas por ele, é um político com qualidade e que defende ideias). Lamento também, que a vitória do PS tenha sido também a vitória de figuras cada vez mais sinistras como o Dr. Soares ou o Dr. Freitas do Amaral. Lamento, por último, que esta vitória vá, provavelmente dar novo alento aos apelos histéricos de quem quer à viva força liberalizar o aborto... Mas cá esperamos por novo referendo para dar a resposta necessária (e aqui fica uma nota para os que noutros contextos me apelidaram de amigo do Louçã: como vêem é possível defender valores, não acreditando em Deus, e muito menos no fundamentalismo da Igreja)Por último, quero exprimir a minha alegria pela esperança que tenho na mudança. Espero que o Eng. Socrates a consiga efectivar (apesar da pouca garra que apresentou durante esta campanha em que se limitou a responder "Nim" às questões mais incómodas). Apesar de tudo acredito, que este governo será capaz de implementar políticas socias de esquerda, defendendo valores de rigor e disciplina e de um certo conservadorismo progressista mais característicos da direita democrática. Hoje estou, portanto optimista... amanhã cá estarei para observar...
Jorge Lourenço

arte disse...

Jorge Lourenço, li o que te vai na alma e a forma como rotulas cada um dos nossos politicos.Chamar esquerda radical ao Bloco de esquerda e falar do PP como se não fosse um partido da "direita radical", avaliando dentro dos mesmos critérios,acho que é no minimo insultar o BE. Dizer que a vitória do PS é a vitória do Dr. Soares e do Prof. Freitas do Amaral que são pessoas sinistras é também insultar figuras politicas que tanto deram à democracia portuguesa.Por último apraz-me dizer que estás optimista com esta vitória.Um abraço.

arte disse...

Esqueci-me de assinar.Ag

Anónimo disse...

Gostei do poema e gostei da vitória.Vamos lá ver se é a onda da viragem de um país em depressão para um país mais alegre e com gosto de viver.To Zé

arte disse...

Luis, muda-me o link do "Arte por um Canudo", por favor.Está muito lento e como houve uma viragem na politica também nova roupagem no "Arte por um canudo2"que passou para este endereço:
http://arteagostinho.blogs.sapo.pt/ Obrigado.

arte disse...

Esperemos e confiemos que sim,Tó Zé.Ag

Anónimo disse...

Que a onda seja de viragem das politicas capitalistas para politicas sociais de apoio aos mais desfavorecidos.Os lucros têm que ser repartidos por toda a sociedade e os sacrificios têm que ser também para todos e não só para alguns.Que a onda se transforme num mar de alegrias é o desejo de todo um povo que está farto de depressões.Politicu

arte disse...

Concordo plenamente contigo Politicu e tenho esperança que assim seja.Ag

Anónimo disse...

Amigo Agostinho, de facto partilho da tua alegria pela mudança que todos esperamos que aí venha, e que ela vai ser, com toda a certeza,para melhor. Embora, como diga o Manuel Martins, é bom que todos tenhamos a consciência de que este mandato vai continuar a ser de contenção e sacrifícios. O que esperamos é que esse sacrifício seja de todos e não apenas de alguns... Foi para isso que votámos contra as políticas dos últimos anos. A ver vamos! Por outro lado discordas de mim em dois pontos: Deixa-me, no entanto, dizer que no meu comentário nunca me referi ao Partido Popular, apenas à qualidade política do seu ex-líder Paulo Portas. Mas até o poderia ter feito, porque efectivamente acho que o Partido Popular é um partido da direita democrática. E como sabes bem estou à vontade para falar sobre o PP uma vez que, como ateu convicto, dificilmente poderia ser um indeféctivel de um partido que mantém o seu cariz democrata cristão. O que é verdadeiramente insultuoso é comparar qualquer partido democrático com o Bloco de Esquerda. Se observares bem este não é mais do que uma amálgama de pequenos partidos de extrema esquerda, que engloba de forma oportunista, trotskistas, maoistas, marxistas-leninistas mais ou menos arrependidos... enfim. Na verdade, o Bloco de Esquerda é apenas comparável a outros grupos radicais como o POUS ou o PCTP-MRPP, à esquerda, ou o PRN (este sim de direita radical, antidemocrática, e extremista), à direita. O que o distingue destes é a sua liderança mais mediática (e, reconheça-se, de melhor qualidade intelectual), alicerçada num marketing político mais eficaz, e assente numa cumplicidade de certos sectores da comunicação social obviamente dominados por meia duzia de pseudo-intelectualóides de esquerda, o que, tudo junto,se traduz numa maior expressão eleitoral. Quanto ao contributo para a democracia dos dois nomes que falei, sou o primeiro a reconhecer um importantissimo papel desempenhado pelo Dr.Mário Soares na luta pela democracia, quer contra a ditadura salazarista, quer no 25 de Novembro, contra a tentativa de implantação de outra ditadura por parte do PCP (outro partido que se diz defensor da democracia, mas que apenas lutou contra a ditadura de direita, para implantar outra ditadura - de esquerda - à sombra da URSS. Estranha forma de se ser democrata!!!). Mas também não esqueço o papel do Dr. Soares na execrável descolonização que marcou negativamente a vida de muitos milhares de portugueses, dos desastrosos governos de que foi primeiro-ministro que quase conseguiram levar o país à banca-rota, enquanto ele se entretinha em sucessivas viagens à custa dos contribuintes, dos seu último mandato como Presidente da República, em que tudo fez para não deixar o Governo de Cavaco Silva implementar o seu programa que tinha sido sufragado nas urnas, para já não falar nas sucessivas birras e comentários despeitados que tem feito nos últimos anos (de que é um bom exemplo a sua abortada candidatura a presidente do Parlamento Europeu...). E não refiro, como é óbvio, aos seus apelos ao voto no PS ou para que este tivesse uma maioria absoluta. Esses são normais e coerentes. Quanto ao Prof. Freitas do Amaral, só me lembro, como contributo relevante para a democracia, da sua participação num governo ao lado do melhor político que Portugal teve no Pás-25 de Abril - o Dr. Sá Carneiro. Um abraço, carregado de optimismo e esperança no futuro. Jorge Lourenço

Anónimo disse...

Só discordo do Jorge em três coisas: 1ª e 2ª-O Soares e o Freitas não são nada sinistros;3ª- não se deve mandar para a prisão rapariguitas ignorantes que deram uma queca pouco cautelosa. Soares e Freitas são dos poucos políticos íntegros e honestos que ainda nos restam. Têm sempre a coragem de dizer aquilo que pensam sem olhar aos efeitos que as suas palavras possam provocar.
Em relação à interrupção voluntária, deve-se criar todas as condições e mais algumas para que ela deixe de acontecer, mas prender as coitadas não me parece adequado. Tanto neste caso como no do consumo de drogas as leis devem dar um sinal à sociedade de que são coisas erradas, mas prender a torto e a direito não leva a nada. Para além de tudo, no caso do aborto provoca uma certa injustiça baseada nas diferenças sociais entre quem pode e quem não pode ir fazê-lo ao estrangeiro.
Manuel Martins

arte disse...

Amigo Jorge, respeito a tua opinião e respeito o que escreves sendo da tua responsabilidade o que dizes quando assinas por baixo. Tendo lido com uma certa atenção o que escreves e muito bem escrito de acordo com a tua opinião, tenho que discordar nalguns pontos, por uma questão de consciência. Continuo a dizer que é insultar partidos como o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista Português, dizendo que são antidemocráticos, constituídos por grupelhos de “iscas” de todo o tipo nomeadamente, o Bloco de Esquerda, enquanto o Partido Popular que se rege pelas mesmas regras é um partido democrático. Não sei quais os critérios em que te baseias ou que acções é que praticaram para os “rotular” de essa forma, mas no caso do Partido Comunista Português que tem um historial de luta contra a ditadura fascista e se não fossem também eles, talvez não estivéssemos a ter esta discussão aqui. Voltando aos critérios que mais uma vez cada um faz ao seu gosto, acho que democracia e nomeadamente “democracia representativa” que é o que eles defendem é “ uma situação político-administrativa em que o povo governa através de representantes seus, periodicamente eleitos”. Parece-me que todos eles estão sujeitos a sufrágio e a constituição portuguesa proíbe partidos antidemocráticos. Quanto ao Dr. Mário Soares e ao Prof. Freitas do Amaral, os seus actos falam por si.Um abraço
Ag

Anónimo disse...

Caro Agostinho, os critérios são fáceis de perceber: o PSR, a Plataforma de Esquerda e a UDP têm por trás ideologias que não defendem os valores da democracia (trotskismo, maoismo, marxismo-leninismo...), O PCP lutou contra a ditadura salazarista (é um facto, relevante, e felizm,ente consegui, juntamente com outras forças políticas e populares), mas nunca lutou pela implantação de uma democracia representativa. Pretendia substituir a ditadura salazarista por uma ditadura do proletariado, apoiada pelo regime imperialista soviético. Felizmente não conseguiu. O Partido Popular é um partido democrata cristão, nunca defendeu nenhuma ideologia totalitarista... As diferenças são óbvias. Agora é evidente que todos esses partidos de extrema esquerda ou de extrema direita se submetem ao sufrágio directo e universal. É a única forma de poderem defender os seus pontos de vista por dentro de um sistema que, com todos os defeitos que pode ter, é ainda o menos mau, e seguramente aquele com o qual esses partidos extremistas vão ter de lidar por muito tempo... mas não nos esqueçamos que os Nacionais Socialistas (leia-se Nazis) também chegaram ao poder na alemanha por sufrágio popular... isso não faz deles propriamente um exemplo de democracia... Um abraço, Jorge Lourenço

arte disse...

Amigo Jorge,posso perguntar onde é que viste que eles defendem ideologias que não defendem os valores da democracia? Foi nos seus programas?Está escrito em letras graúdas "não defendemos os valores da democracia" ou tu que avalias e "rotulas" segundo os teus critérios!Segundo me parece até o próprio PCP já há muito tempo tirou dos seus programas a menção de Marxismo- Leninismo.É como a igreja se recuar-mos na história depressa verificamos que nos seus actos figura a Inquisição (na altura a igreja era odiada) que foi retirada, actualmente não deixa de ter valor e ser admirada por milhões de pessoas.Também me parece que as pessoas agora não se deixam influenciar por ideologias como o nacional-socialismo, porque lêm os programas dos partidos e a sua visão das coisas é diferente do que era hà 50 anos, por isso um novo Hitler será impossivel e também porque a constituição portuguesa proibe essas ideologias.Actualmente tens que pôr nos mesmos pratos da balança uns e outros e se gostares votas, se não gostares não votas.Um abraço.
Ag