janeiro 18, 2005

E porque não a poligamia?

Alguns dizem: “Quem se opõe ao casamento entre homossexuais são dogmáticos e intolerantes. Pois ninguém é obrigado a contrai-lo; apenas se lhe exige que respeitem o direito de quem é diferente”.

Aparentemente, trata-se de liberais, mas o seu liberalismo mostra um certo retrocesso. Retrocedem diante das consequências lógicas dos seus argumentos, algo que se pode comprovar mediante a sua atitude proibicionista para com a poligamia. Se o critério fundamental é o arbítrio das pessoas, sempre que não prejudiquem outras, não consigo entender porque razão se opõem à poligamia livremente aceite por adultos. Na realidade, não se trata de um caso de estudo de laboratório… que o digam os mórmones e muitos dos muçulmanos.

Para evitar a consequência natural dos seus argumentos invocam, em vão, a igualdade, concretamente a da mulher. Mas é evidente o uso tendencioso e impositivo do conceito de igualdade. Por um lado, invoca-se este argumento para equiparar o que é essencialmente distinto: a união matrimonial heterossexual que tende para a procriação e as uniões afectivas homossexuais, impedidas pela sua própria natureza de toda a procriação. Por outro lado, invoca-se a igualdade entre o homem e a mulher, para impô-la a quem – homens e mulheres – se quer diferenciar.

Se o que se trata é de tolerar todas as concepções de família, só em nome da ideologia ou do paternalismo se podem excluir as relações polígamas como formas matrimoniais. O argumento deveria levar logicamente à mesma conclusão: quem é contrário à poligamia que não a contraia, mas que tolerem que os seus partidários a pratiquem. Ninguém deve impor a nenhum adulto as suas próprias convicções.

Existe alguém dotado de uma sabedoria superior que lhe permite impor aos outros o que é bom ou mau para eles? Não nos encontramos nós perante um acto de imposição das próprias convicções a quem não nos prejudica pelas suas práticas livremente assumidas?

CT

5 comentários:

Anónimo disse...

Passa por uma atitude de convicção. Um abraço! Luis Villas

Anónimo disse...

Desde que não prejudiquem a sociedade devem ter os mesmos direitos.É uma questão de principios aceitar que outros sejam diferentes.Ag

Anónimo disse...

Desde que não prejudiquem a sociedade devem ter os mesmos direitos.É uma questão de principios aceitar que outros sejam diferentes.Ag

Nilson Barcelli disse...

Tens toda a razão.
Eu sou tolerante não praticante (em ambos os casos).
Abraço.

Anónimo disse...

Micróbio como tu és libertino...