janeiro 12, 2005

Hospitais SA%

José Sócrates diz que vai repensar e abrir uma das famosas “comissões de averiguação” à forma como são geridos os Hospitais - Empresa. O Ministro da Saúde diz que isto não passa de campanha eleitoral. Ao menos alguém põe em causa os Hospitais-Empresa que na minha opinião, serviu os interesses financeiros de certos grupos na sua aquisição mais ligados ao poder e deixou de servir os interesses públicos e de quem mais necessitava deles ou seja, os mais necessitados.
José Sócrates levanta o véu e põe em causa os Hospitais – Empresa que o actual Ministro da Saúde tanto elogia e que o governo apesar de fazer parcerias com os privados, continuou a impingir dinheiros públicos. Os gastos foram ainda mais elevados do que se estivessem na posse do estado, tendo estes cada vez menos servido os que mais necessitavam dos cuidados de saúde. Apetece perguntar, então, como é? Mais dinheiro público menos serviço público!
Um dos pilares básicos de qualquer sociedade democrática é a saúde e o seu bem-estar e defender que um hospital deve ser gerido como uma empresa é no mínimo duvidoso. Uma empresa tem como objectivo principal o lucro e se um hospital for gerido dessa forma, o que podemos esperar? Se não tivermos a memória curta, basta recordar as peripécias do Hospital Amadora/Sintra (gestão privada) com as contas apresentadas, as denúncias feitas pelos doentes e os estudos de opinião sobre o funcionamento do hospital. Isto num Hospital que com toda a pompa se disse que era um modelo a seguir, fará o que se passará nos outros por esse país fora.
Depois destas experiências de parcerias com o privado, em que o estado continua a ser o principal investidor, parece-me que a opinião pública não é favorável e neste caso o estado só tem dois modelos a seguir:
- Assume completamente o controle dos Hospitais e investe para servir uma camada da população cada vez mais necessitada ou;
- Deixa a completa liberdade aos privados no controle dos hospitais e assim servir aqueles que o podem pagar.
O meio-termo na saúde parece-me que não tem hipóteses de singrar, porque as responsabilidades são atiradas de um lado para o outro conforme os ventos e a culpa acaba por morrer solteira.
Quem não tem razões de queixa?

Ag

6 comentários:

Anónimo disse...

Concordo de uma certa forma com o que dizes.Também acho que essa coisa hibrida de nem ser do estado nem ser do privado só tem uma finalidade é dar lucro à gestão privada com os dinheiros públicos.A responsabilidade se der certo tudo bem, se der para o torto nimguém sabe quem é o responsável.Sendo gestão privada os concursos acabam para quem quiser trabalhar nos hospitais e passa a funcionar a lei da cunha. Estaria certo se os dinheiros investidos fossem também dos privados o que não acontece.Por isso não acho bem o que está a acontecer e porque os doentes estão a ser prejudicados com regulamentos que só funcionam para o racionamento e corte nos tratamentos.Acácio

Anónimo disse...

Deixem-nos trabalhar....

arte disse...

Sinceramente não entendo o último comentário.Quem foi também não assinou.Ag

Anónimo disse...

causa nossa
Blogue
Quinta-feira, Janeiro 13
Confusão
É conveniente não confundir "hospitais SA" com hospitais privados, nem sequer com hospitais públicos sob gestão privada (caso do Amadora-Sintra). Trata-se, sim, de uma das duas modalidades de gestão pública de hospitais públicos, sob forma empresarial, sendo a outra a forma de "ente público empresarial" (EPE), que foi preterida pelo actual Governo a favor daquela. A empresarialização, que é uma mudança da forma de gestão pública, não se confunde com privatização, ou seja, entrega ao sector privado.


Inserido por VM 13.1.05

Anónimo disse...

Agradeço a correcção causa nossa, mas não altero o que digo sobre os Hospitais SA ver(http://resistir.info/portugal/hospitais_mercantilizacao.html) e (http://www.hospitaissa.min-saude.pt/SiteHSA_pt-PT/Hospitais_SA/Empresar/ ) e sobre o Amadora-Sintra que embora não seja SA tem os problemas que todos sabem, ver (http://jornal.publico.pt/2004/12/15/LocalLisboa/LL04.html)e (http://sic.sapo.pt/index.php?article=12499&visual=3&area_id=5 ) Agostinho

Anónimo disse...

Não resisto a pôr um artigo que veio na visão de 13 a 19 de janeiro de 2005 de Carlos m.Pires sobre o Hospital Amadora-Sintra.
A minha mãe,de 90 anos,sentiu-se mal no dia 2 às 15h e deu entrada nas Urgências do Amadora-Sintra às 15h56. A triagem foi feita por técnicos não portugueses que gera a dificuldade de comunicação (não tenho nada contra os estrangeiros).Ás 19h, dada a demora de informação, fui ver a doente, que estava com outros em macas no corredor. Às 21h15 optei por fazer uma reclamação escrita.às 23h, o segurança veio dizer que não era permitida a permanência no local. Como a minha mãe já tinha vomitado e fui eu que tive de procurar um saco de plástico, recusei-me a sair dali.Qual o critério de atribuição das etiquetas de prioridade colocadas nos doentes? Desde jovens para levar soro, a doentes que entravam pelo seu pé, todos passavam à frente.Depois de ter feito nova reclamação, às 3h20 de dia 3 desisti: retirei a minha mãe daquele tormento após 13 horas de espera. Está a recuperar de um enfarte do miocárdio noutro hospital.Ag